domingo, 18 de maio de 2008

A Noiva a Esposa do Cordeiro (parte 1)


As Escrituras Sagradas são a auto-revelação de Deus e apresentam-nos todo o plano e desígnio de Deus, que se resumem em Cristo e nele convergem. Cristo é a chave para a compreensão de toda a Palavra de Deus, através da qual a Palavra pode ser aberta aos nossos corações. Muitos tipos, figuras, símbolos, parábolas, alegorias e profecias nos foram dados nas Escrituras, para nos falar de Cristo.
A grande maioria deles, diz respeito não apenas à pessoa de Cristo, como cabeça, mas também à Igreja, a qual é o seu corpo. Isto significa que Cristo e os seus, estão no centro de todo o propósito de Deus.
A Igreja foi chamada do mundo para Cristo, como a sua Noiva. Isto é que concede à igreja a sublimidade e conteúdo total da sua vocação e chamamento, ou seja, que ela possa ser semelhante a Cristo, estando a Ele unida, como uma esposa idônea com relação ao seu Marido celestial.
O propósito da Igreja é ser conformada a Cristo. A glória de Cristo deve ser vista na Igreja, a sua noiva. Tudo o que a Igreja é e faz é puramente derivado de sua relação com Cristo, ou, pelo menos, assim deve ser.
Deus elegeu, desde à eternidade, uma noiva para o Seu Filho, e a Sua graça chamou, justificou e glorificou os que foram chamados ( Rm 8.29,30).
Tudo isto é fato consumado. O Senhor Jesus quando bradou da cruz aquelas palavras: “está consumado”, Ele realmente completou a obra que lhe foi confiada para fazer ( Jo 17.4 ) . Quando, após a ressurreição, apareceu muitas vezes, aos discípulos, Ele exibiu as marcas da crucificação, para que eles não temessem achando que Ele era um fantasma, mas tivessem total segurança no fato de que o Seu Mestre os redimira para Deus.
Ele apareceu-lhes durante 40 dias ( At 1.3 ) para apresentar-lhes provas incontestáveis da Sua ressurreição corpórea, e, por isso, comeu com eles.
Após este período veio o Pentecostes, a descida do Espírito Santo. Cristo agora, estava também na Igreja pelo Espírito Santo, além de estar no trono de Deus como o Cordeiro exaltado. A Igreja agora, estava em Cristo, assentada nos lugares celestiais, além de estar na terra como peregrina e forasteira.
Jesus havia dito: “Naquele dia vós conhecereis que eu estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós” (Jo 14.20). O Espírito Santo veio habitar na Igreja para torná-la na prática o que ela realmente já era, ou seja, uma igreja gloriosa, a noiva, a esposa do Cordeiro.
Hoje, como em outras épocas da história da Igreja, carecemos de renovada visão de Cristo, a visão apostólica e bíblica trazida com novo frescor e realidade aos nossos corações. Precisamos de vozes proféticas, que se levantem contra a maré do cristianismo prevalecente, para proclamarem que o Reino de Deus não consiste em comida e bebida, em rigor ascético, em sinais e prodígios, em experiências místicas e emocionais, em culto a anjos ou em prosperidade material.
Todas estas proposições estão sendo largamente pregadas como verdades de Deus hoje à Igreja. Amados, se mesmo quando vemos a centralidade de Cristo e da Sua palavra como nossa necessidade individual e coletiva, e prosseguimos para conhecê-lo de forma mais íntima, real e profunda, se ainda assim, vemos como nosso crescimento é lento e difícil, como nossa infantilidade espiritual nos acusa em nossa casa, e como somos amantes de nós mesmos, imaginem nosso estado espiritual então, se formos levados por sofismas e distrações de toda espécie?!
O Reino de Deus só é manifestado praticamente e visivelmente, na esfera onde a glória de Cristo é vista, onde o senhorio de Cristo é não só reconhecido, mas também almejado, e onde há semelhança moral com o Cordeiro de Deus. O Reino de Deus, no qual fomos introduzidos pelo novo nascimento, compõe-se dos seguidores do Cordeiro (Ap 14.4), daqueles que têm sido conformados à Sua imagem (Jo 3.5 e 2 Co 3.18 ).
Gostaria, brevemente, de considerar a preciosa figura do Cordeiro usada no V.T para tipificar nosso Senhor e, no N.T, para apresentá-Lo aos homens, para que vejamos que o Cordeiro de Deus, Cristo, é o foco de atração do coração de Deus, devendo ser também o nosso foco, para que a Igreja, a esposa do Cordeiro, possa ter a Sua imagem e expressão.
A figura do cordeiro pode ser acompanhada nas Escrituras como se fosse um “fio de prata”, revelando-nos o coração redentor de Deus, desde o Gênesis até o Apocalipse.
Vejamos:
1- Em Gênesis 3 – Podemos dizer que aqui o Cordeiro de Deus, Cristo, estava sendo anunciado. Quando Deus fez vestimentas de pele para Adão e sua mulher, e os vestiu (Gn 3.21), figuradamente, Deus mostrou-lhes que somente Ele poderia proporcionar-lhes uma cobertura para sua condição decaída e alienada. Deus os vestiu. Para isso, uma vida inocente foi oferecida para fornecer-lhes cobertura.


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